terça-feira, 17 de maio de 2011

O Rio das Borboletas

  O Rio das Borboletas
   O mais belo lugar trazido da infância!
Leve, doce e pura lembrança,
Grudada nas paredes da memória.

Muito, muito menina!
Uns quatro aninhos, talvez.
Parada obrigatória,
Nem sei porquê!
Para marcar minha vida...
Esculpir minha alma... 

Era perto da estrada.
Uma pequena clareira no mato...
A nascente límpida logo acima
E um fino espelho d’água,
tão clara,
transparente,
como a memória que trago.
Tão fininho o leito era,
que só conseguia molhar
meus pequenos pés.
Antes de chegar nele,
Um tanto de borboletas
De todas as cores
Beijavam o chão...

Tantas, tantas, mas tantas
Que meu coração pequenino
Não continha o desejo de vê-las
Todas no ar...
Corria entre elas
De braços abertos.
O prazer da revoada,
De vê-las revirando...
Todas as cores!
Todas as cores voando e revoando
Misturando-se num vai-e-vem
Engraçado.
Ah! De delícia que era!
Sinto saudades
Daquele lugar mágico,
Onde, criança, podia brincar.
E ver as cores voando,
Voando, voando sem parar...

Quando todas se abaixavam
Para beijar o sal do chão,
Eu, sorrateira,
Sorria e corria,
Criança pura que era,
Para ver a revoada de cores
Bailando no ar!
Queria ser, fazer parte
Do mundo das borboletas!

(Dudu Pedralli)

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